Que não sofra o “capim pequeno”
A guerra instalada no comércio do feijão bóer está a fazer soar os sinais de alarme sobre o futuro dos produtores que, faça sol, faça chuva, dão o litro por esta cultura que se transformou numa das commodity agrícola de Moçambique.
Dos tribunais aos corredores diplomáticos, os cartéis que dominam o comércio internacional desta cultura vão guerreando, perante um olhar “impávido” de quem deve impor a ordem em prol de um bem maior.
O confronto que opõe grupos de interesse que, por sinal, são bem apadrinhados nos círculos do poder político, vai fazendo vítimas. Ou seja, vai deixando impactos económicos graves que deviam chamar á consciência das autoridades, para que tomem medidas sérias para impor a ordem, cortando pela raiz, as manobras dos grupos de interesse, que chegam a agir sem olhar para os danos que geram ao país.
Depois de ter condicionado as exportações, durante um período considerável, afectado a credibilidade do país na Índia, condicionado a entrada de outras commodities nos armazéns portuários e, como se ficou a saber recentemente, impactado negativamente nas receitas do Porto de Nacala, o alarme continua a soar, dando sinais de incertezas para a próxima campanha de comercialização, tendo em conta que nada indica que os ânimos dos litigantes estejam a amainar.
Os dados estão lançados. Queremos acreditar que as autoridades estejam atentas e que medidas estão em curso para que a imagem do país seja preservada, a janela de exportação desta commodity continue aberta e que os camponeses, que tanto se sacrificam para produzir e tornar o feijão bóer, ouro para os elefantes que hoje guerreiam, não sejam afectados.