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Desenvolvimento da economia agrária 

Desenvolvimento significa melhorar a sua qualidade de vida.

Economia agrária entende-se por acrescentar valor aos recursos agrícolas disponíveis, de forma sustentável.

Entre os factores determinantes para o desenvolvimento, destacam-se o Capital Humano, a Terra, a boa gestão, entre outros.

É frequente nos nossos países justificar-se a falta de desenvolvimento pela escassez de capital financeiro, ou seja, o crédito.

Os mais desavergonhados, até pedem doações dos ditos “parceiros” como se fosse possível um país que luta para se desenvolver, “doar” os seus recursos, algumas vezes, esses mesmos recursos, adquiridos de forma conspirativa.

Aprendi ao longo da vida, que a relação entre países é de interesses, não há amizades nem misericórdia. Cabe a cada um defender os seus interesses.

Moçambique tem uma grande parte da sua população (80%), directa ou indiretamente a viver da economia agrária.

Não há país desenvolvido sem uma população desenvolvida.

O sector agrário contribui com 25% do PIB, cuja “riqueza” é calculada, na maior parte, pelo valor da produção primária. O que quer dizer que estes 5 biliões de dólares US, foram produzidos pelo capital humano e a terra. Contudo, a componente de gestão para acrescentar valor, não existe, ou seja, os camponeses e agricultores já fizeram a sua parte, a mais difícil e arriscada, que foi trabalhar a terra, semear, cuidar, ter sorte com o clima e ambiente, e colher a produção.

A questão da comercialização, embalagem, armazenagem, industrialização e cadeia logística, não está estabelecida.

Moçambique já teve o terceiro maior parque agro-industrial da África Subsaariana, muito por “culpa” de cadeias de valor de A Z, como por exemplo, a plantação de algodão em que se aproveitava, desde o caroço para produção de óleo e bagaço, a fibra de algodão que se produzia o algodão cirúrgico, fio de algodão, tecido, estampagem, vestuário para o mercado local e exportação.

A castanha de caju foi outro bom exemplo de cadeia de valor. Desde plantar o cajueiro, a colecta da fruta, da castanha, a fabricação das ferramentas e equipamentos para produção industrial da amêndoa, o processamento da amêndoa com diferentes sabores para o mercado local e exportação.

Estas duas cadeias de valor, garantiam aproximadamente 100.000 postos de trabalho, e acrescentavam valor à produção primária, em todo percurso, gerando riqueza.

Neste momento em que vos escrevo este texto, percebo que em Moçambique perde-se (apodrece) aproximadamente 200 milhões de dólares US, calculado em valor primário, da fruta produzida, por falta de cadeia logística.

Mais grave é que, mercados de consumo, como Maputo, importam fruta e polpa de menor qualidade nutritiva para seu consumo, como por exemplo o ananás, limão, laranja, melancia, tomate, pêssegos, tangerinas, mangas, etc.

Nós os moçambicanos, que estamos sempre a lamentar que não há trabalho, a renda familiar é reduzida, os valores da comercialização dos produtos primários são baixos, os acessos são maus, entre muitas outras lamentações, deveríamos olhar para estas dificuldades, como oportunidades.

As entidades oficiais, como o Governo, dever-se-iam endividar para criar riqueza, ao invés de o fazer para suprir necessidades da despesa e consumo.

Quanto perdemos ou cedemos para conseguir um empréstimo equivalente a 200 milhões de dólares US, que na maioria das vezes é para fazer face a despesas?

Irmãos, cada um de nós deve fazer a sua parte, paremos de procurar culpados.

Não há países ricos, com população pobre ou empobrecida!

A Luta Continua,