Economia
Caça Desportiva rende 149 milhões à ANAC em 2024

A caça desportiva continua a destacar-se como uma das principais fontes de receita para a conservação da biodiversidade em Moçambique.
Em 2024, a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) arrecadou cerca de 250 milhões de meticais provenientes da exploração de recursos naturais, dos quais 149,3 milhões resultaram exclusivamente da actividade cinegética.
Deste montante, cerca de 25,3 milhões de meticais — o equivalente a 20% das receitas da caça desportiva — foram canalizados para as comunidades locais.
Os fundos são aplicados em projectos de desenvolvimento comunitário, como construção de infra-estruturas sociais, melhoria dos serviços de educação e saúde, bem como iniciativas geradoras de rendimento.
Trata-se de um modelo de conservação baseado na partilha de benefícios com as populações que vivem nas proximidades das áreas protegidas.
Apesar da ligeira redução no número de caçadores licenciados — de 783 em 2023 para 760 em 2024 — as receitas da actividade aumentaram em mais de 11,8 milhões de meticais.
Segundo a Secretária Permanente do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Emília Fumo, este crescimento deve-se, em grande medida, à implementação do sistema de licenciamento electrónico (PHC), que modernizou os processos de gestão e cobrança.
Durante a abertura oficial da época venatória de 2025, realizada esta sexta-feira, em Maputo, Emília Fumo sublinhou o impacto directo da caça desportiva na economia rural e na promoção da participação comunitária na conservação. “Este é um sector que não só contribui para a sustentabilidade ambiental, como também reforça a coesão social nas áreas protegidas”, afirmou.
Na ocasião, o Presidente da Associação Moçambicana de Safaris (AMOS), Adamo Vali, apelou à necessidade de estabilidade e segurança como condições essenciais para a sustentabilidade do sector. “Precisamos de um país pacificado para podermos exercer as nossas actividades. Por isso, apoiamos todos os esforços nesse sentido”, declarou.
O evento contou com a participação de representantes da AMOS, quadros da ANAC e técnicos dos Serviços Provinciais do Ambiente das províncias de Maputo, Gaza, Manica, Sofala, Tete, Zambézia, Cabo Delgado e Niassa.
Com estes resultados, a ANAC reafirma o seu compromisso com uma gestão responsável dos recursos faunísticos, assegurando que a actividade cinegética continue a gerar receitas relevantes para a conservação e benefícios tangíveis para as comunidades locais.
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