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Energia

Relatório alerta para vulnerabilidade climática de África e níveis preocupantes de queima de gás

O continente africano continua extremamente vulnerável aos impactos das mudanças climáticas e mantém níveis preocupantes de queima de gás e emissões de metano, revela um novo relatório sobre a exploração de hidrocarbonetos.

A segunda edição do estudo “Gas for Africa 2025”, elaborado pela consultora Hawilti em parceria com a International Gas Union, sublinha que, apesar de ser a região que menos contribui para as emissões globais, África enfrenta alguns dos riscos climáticos mais severos.

Trata-se de uma realidade que, segundo o relatório, reforça a urgência de acelerar a transição energética e de promover práticas mais sustentáveis no sector do gás.

Entre as principais preocupações está a persistência da queima de gás, que permanece elevada em vários países africanos.

O documento refere que “África continua a ser um dos maiores contribuintes para a queima de gás a nível global… representando um significativo desafio climático”, ao desperdiçar um recurso que poderia reforçar o abastecimento energético e apoiar a substituição do carvão.

O relatório destaca também a ausência de controlo eficaz das emissões de metano, observando que estas “são muitas vezes sub-reportadas ou completamente não medidas” devido à precariedade dos sistemas de monitorização atualmente existentes.

Como resposta, o estudo recomenda a implementação urgente de programas de deteção e reparação de fugas, bem como a modernização das infraestruturas, de forma a reduzir emissões não controladas de um dos gases de efeito de estufa mais potentes.

Apesar dos desafios, os autores reconhecem que o gás natural pode desempenhar um papel relevante na redução de emissões, quando usado para substituir combustíveis mais poluentes.

“O gás natural oferece um caminho pragmático para reduzir emissões enquanto apoia metas de desenvolvimento e resiliência climática”, destaca o relatório.

O documento relaciona ainda a falta de acesso a combustíveis limpos para cozinhar com a degradação ambiental, afirmando que “a falta de acesso a cozinhas limpas está ligada à perda de 1,3 milhões de hectares de floresta por ano em África”.

No seu fecho, o estudo apela a reformas profundas e a investimentos robustos para eliminar a queima de gás, controlar emissões de metano e acelerar a adoção de tecnologias de baixo carbono.

Tais esforços, conclui, são “críticos para garantir que o gás natural africano permaneça competitivo, alinhado com o clima e capaz de cumprir o seu potencial de desenvolvimento”.

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