Imposto sobre emissões navais de carbono já na forja

A Organização Marítima Internacional, uma agência das Nações Unidas, que regula a indústria naval, comprometeu-se, recentemente, em criar o primeiro preço global do carbono do mundo.

Trata-se de uma ideia ainda em fase de proposta preliminar, que defende que as companhias marítimas paguem uma taxa por cada tonelada de carbono que emitem através da queima de combustível.

“Estou muito confiante de que haverá um mecanismo de preços económicos nesta altura (Março) do próximo ano. Qual será a forma e qual será o nome, não sei”, disse Arsenio Dominguez, Secretário-Geral da organização marítima, citado por agências internacionais de notícias.

De acordo com dados oficiais, o transporte marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases com efeito de estufa, um pouco mais do que a aviação e a tributação das suas emissões de carbono arrecadaria muito provavelmente dezenas de milhares de milhões de dólares por ano para a política climática.

“Estamos a falar de algo que pode realmente melhorar o panorama do financiamento climático. Dado o volume que vemos e as necessidades que vemos, pensamos que isso pode ir além do transporte”, disse Dominik Englert, economista que investiga transportes marítimos ecológicos no Banco Mundial.

Refira-se que a medida à vista é o primeiro passo para a materialização do compromisso assumido no ano passado, pela organização marítima, de descarbonizar toda a indústria naval até 2050.

Os países membros concordaram que precisam começar a cobrar à indústria naval pelas emissões de gases que retêm o calor em 2027.