Search
Close this search box.

Agricultura

Estudo revela falhas estruturais na cadeia de produção de arroz em Sofala

Um estudo preliminar encomendado pelo programa Mangwana revela que, apesar do grande potencial agro-climático para a produção de arroz nos distritos de Beira, Dondo, Nhamatanda e Búzi, a produtividade continua extremamente baixa devido ao uso limitado de insumos modernos e à fraca assistência técnica aos produtores.

Realizado por uma equipa de consultores independentes e supervisionado pela TechnoServe Moçambique, o levantamento identificou que mais de 95% da produção nacional de arroz é feita por pequenos agricultores em regime de sequeiro, com rendimentos médios abaixo de 1 tonelada por hectare.

Apenas uma minoria dos produtores utiliza sementes certificadas ou tem acesso regular a fertilizantes, pesticidas ou herbicidas – defende o estudo, consultado pela Revista Terra.

Segundo o relatório, os produtores ainda confundem grãos com sementes e desconhecem normas básicas de cultivo, o que contribui para práticas agronómicas desajustadas, como a sementeira a lanço e a não realização de nivelamento de campos.

O estudo recomenda intervenções urgentes, incluindo treinamentos práticos, implementação de campos de demonstração de resultados e o fortalecimento de parcerias público-privadas.

“Apenas com acesso a sementes melhoradas, capacitação técnica contínua e estratégias de mercado integradas será possível elevar a produtividade e reduzir a dependência de importações”, lê-se no documento.

O distrito de Búzi é apontado como zona prioritária para multiplicação de sementes, por dispor de regadios reabilitados, embora muitos ainda enfrentem falhas técnicas e elevados custos de energia.

Financiado pela Embaixada do Reino dos Países Baixos, o programa Mangwana pretende beneficiar mais de 227 mil pessoas até 2028, promovendo segurança alimentar, inclusão de jovens e mulheres e práticas agrícolas resilientes às mudanças climáticas.

Compartilhar