A pesquisadora moçambicana, Marisa Balas alertou hoje sobre o impacto das desigualdades entre o homem e a mulher no acesso e segurança da terra, sobre os compromissos globais assumidos pelo país.
Falando no decurso de uma conferência sobre “Mulheres e o Direito de Acesso á Terra em Contextos de Crise”, organizado pelo Observatório do Meio Rural (OMR), a pesquisadora realçou que enquanto prevalecerem desigualdades, não haverá desenvolvimento sustentável.
“Existe imensa desigualdade no acesso à terra. Existe desigualdade na segurança de posse da terra e, enquanto isso prevalecer, tudo aquilo que são os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) não vão ser alcançados”.
“Não é possível atingirmos as metas estabelecidas na Agenda 2030, as metas previstas na Agenda Africana 2063, nada disso se alcança, se nós não encontrarmos formas de mitigar este tipo de desigualdades, aquilo que são os factores de desigualdade” vincou a pesquisadora.
De acordo com dados apresentados na ocasião, apesar da mulher ser responsável pela exploração produtiva de uma média de 70% da terra contribuindo com 15% do PIB no continente, em termos de posse, a percentagem vai até 20%.
A situação agrava mais no que diz respeito à segurança de posse, pois, segundo a pesquisadora, metade das mulheres que trabalham a terra sentem que não o direito de posse assegurado.