Política
Cresce a onda de indignação e protestos contra as informações prestadas semana finda, pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, sobre os níveis de segurança alimentar no país.
O governante é citado como tendo garantido, num com o Director Geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu, que “90 por cento da população moçambicana, já consegue ter três refeições por dia”, reclamando assim “um grande sucesso dos moçambicanos”.
Ao nível interno, várias organizações sociais, incluindo deputados da oposição classificam as “declarações do ministro” como sendo falsas e contrárias à realidade.
A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), organização que tem como patrona a activista social Graça Machel, emitiu um comunicado de imprensa, reagindo com indignação às informações.
“A informação prestada pelo Ministro contrasta com a realidade vivida por milhões de cidadãos em Moçambique. Morre-se de fome no nosso País” reage a nota.
A organização apresenta como argumentos da sua posição relatórios e inquéritos feitos por instituições nacionais e estrangeiras, que mostram que a situação da segurança alimentar no país, está longe de ser confortável.
“O Programa Mundial de Alimentação refere que 80% dos moçambicanos não consegue ter uma dieta alimentar adequada e 42,3% das crianças menores de 5 anos estão desnutridas” recorda o comunicado da FDC, para sustentar a sua crítica.
“Relativamente as Despesas do Consumo Final das Famílias, os dados do Inquérito do Orçamento Familiar (IOF 2019/20), revelam que os Agregados Familiares em Moçambique tiveram em média, um gasto mensal de 8 108,00 MT, o equivalente a 1 695,00 Meticais por pessoa. Este valor equivale a cerca de 56.5Mt diários por pessoa” aponta, destacando o que é para a organização, uma conclusão incontestável.
“Obviamente que é humanamente impossível conseguir 3 refeições condignas por dia, com 56.5 Meticais, valor muito abaixo da linha da pobreza que é cerca de 100Mt”.
Compartilhar