Meio Ambiente
Há relatos de empresas que pagam uma taxa de protecção de 10% a grupos insurgentes para realizarem a exploração madeireira ilegal
O contrabando de madeira de espécies protegidas, cortada na região Norte do país para a República Popular da China é uma das principais fontes de financiamento do terrorismo que há sete anos está a dilacerar a província de Cabo Delgado, aponta uma reportagem divulgada semana finda pela cadeia de comunicação britânica, BBC.
De acordo com aquele órgão, que cita arias fontes, nomeadamente, a Agência de Investigação Ambiental (EIA), uma ONG que faz campanha contra alegados crimes ambientais ao nível global, o contrabando da madeira nacional rende anualmente aos protagonistas, cerca de 23 milhões de dólares.
O pau-rosa, uma espécie protegida por um tratado internacional, é uma das mais procuradas, devido ao seu alto valor comercial na indústria mobiliaria na China, avança a fonte, que dá conta de fragilidades que vão desde “a má gestão das concessões florestais” e a “corrupção entre os funcionários portuários” como sendo os factores que estão a permitir que o comércio se expanda sem controlo em áreas controladas pelos insurgentes.
Por outro lado, a notícia avança ainda que devido a dificuldades de acesso ao interior da região Norte de Cabo Delgado, “é difícil quantificar o nível de envolvimento diário dos insurgentes no comércio de madeira, mas há relatos de empresas que pagam uma taxa de protecção de 10% a grupos insurgentes para realizarem a exploração madeireira ilegal”.
No seu informe anual ao parlamento, a Procuradora Geral da República, Beatriz Buchili, expressou preocupação com o nível de crescimento de crimes ambientais, salientando que, para além de terem um impacto nocivo para o ambiente, estão estreitamente relacionados com fenómenos criminais tais como o financiamento ao terrorismo, branqueamento de capitais e corrupção”.
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