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Clima

Daniel Chapo apela à acção conjunta contra a desertificação e seca em África

O Presidente da República, Daniel Chapo, exortou esta terça-feira os países africanos a intensificarem os esforços conjuntos para restaurar terras degradadas e combater os efeitos devastadores da seca e da desertificação no continente.

Falando a partir de Maputo, durante um webinar promovido pela União Africana (UA) por ocasião do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, celebrado este ano sob o lema “Restaurar a Terra. Desbloquear as Oportunidades”, Chapo destacou que a data de 2025 assume um significado especial para África, apelando à mobilização em torno de iniciativas estruturantes.

Entre estas, destacou a Grande Muralha Verde, programa emblemático da UA que visa travar a degradação dos solos, combater as alterações climáticas e promover a regeneração ecológica em regiões como o Sahel.

“Trata-se de uma oportunidade económica e social para criar empregos, garantir segurança alimentar e reduzir a migração forçada”, frisou.

Durante a sua intervenção, o Chefe de Estado moçambicano alertou para os impactos severos do fenómeno El Niño 2023–2024, considerado um dos mais destrutivos das últimas décadas na África Austral, com consequências que incluem morte de gado, escassez de água, fome aguda e recessão económica.

“Mais de 30 milhões de pessoas foram afectadas na região, enfrentando necessidades humanitárias crescentes”, advertiu.

Chapo lembrou ainda que a crise não se limita ao Sul do continente. “A região do Grande Corno de África enfrentou as piores secas das últimas décadas, provocando deslocações em massa, surtos de cólera e sarampo, e desnutrição generalizada, como na Somália, onde mais de um milhão de pessoas foram deslocadas em 2022.”

Apesar do cenário preocupante, o estadista manifestou esperança: “África ainda tem um caminho possível. Restaurar a terra é restaurar a dignidade e abrir portas para estabilidade e prosperidade.”

Chapo apelou à valorização de mecanismos inovadores como seguros soberanos e acções antecipatórias à seca, e à promoção de projectos estruturantes como a Gestão da Floresta do Miombo e da Bacia do Congo.

“Unamo-nos para restaurar as terras de África — e, com elas, abrir caminho para um futuro de dignidade, estabilidade e oportunidades para todos”, declarou.

O evento contou com a participação de representantes de Estados-membros da UA, líderes de Comunidades Económicas Regionais, parceiros internacionais e o Secretário-Executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).

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