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Clima

COP 30 arranca oficialmente após "bênçãos" da cúpula de líderes globais 

A 30.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) arrancou oficialmente esta segunda-feira (10 de Novembro), em Belém, no coração da Amazónia brasileira.

A conferência arranca dois dias depois da cúpula que reuniu líderes mundiais e marcou o lançamento do Fundo Global para as Florestas Tropicais, uma nova iniciativa liderada pelo Brasil para financiar a conservação e a recuperação dos grandes biomas tropicais do planeta.

O fundo, apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pretende mobilizar investimentos públicos e privados para proteger as três maiores florestas tropicais do mundo — Amazónia, Congo e Bornéu — consideradas essenciais para travar o aquecimento global.

Com o encerramento da cúpula, a abertura oficial da COP 30 marca a passagem do discurso político à fase negocial, centrada na implementação das promessas climáticas e na aceleração das acções concretas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C.

Na cerimónia, o Secretário-Executivo da UNFCCC, Simon Stiell, afirmou que esta conferência “deve desencadear uma década de aceleração e entrega”, enfatizando que o tempo das metas abstratas chegou ao fim.

Os temas da proteção florestal, adaptação climática, financiamento e justiça ambiental dominam a agenda, num cenário em que o mundo se confronta com eventos extremos cada vez mais frequentes.

Para Moçambique e outros países africanos, a COP 30 representa uma oportunidade de reforçar a voz do continente nas negociações internacionais, com foco na mobilização de fundos para adaptação, resiliência e perdas e danos.

As semelhanças entre os desafios da Amazónia e dos ecossistemas africanos — desmatamento, erosão, ciclones e insegurança alimentar — colocam África numa posição central na busca de soluções conjuntas.

Com mais de 190 delegações presentes, Belém transforma-se nas próximas duas semanas no epicentro da diplomacia climática mundial — e a COP30, simbolicamente instalada na Amazónia, surge como a conferência da entrega e da esperança, onde a natureza é, pela primeira vez, o protagonista absoluto.

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