Sociedade

As comunidades residentes nas zonas adjacentes ao Parque Nacional de Banhine, na província de Gaza, beneficiaram recentemente de um montante total de 650 mil meticais, correspondente a 20% das taxas cobradas pela exploração de recursos faunísticos naquela área de conservação.
De acordo com a legislação em vigor, essa percentagem deve ser revertida às comunidades locais, como forma de garantir benefícios diretos resultantes das actividades económicas associadas à biodiversidade.
O valor agora distribuído resulta, em grande parte, dos investimentos realizados nas infraestruturas turísticas do parque, o que, segundo as autoridades, tem impulsionado o número de visitantes e turistas.
Durante a cerimónia de entrega simbólica dos fundos, o Secretário de Estado da Terra e Ambiente, Gustavo Dgedge, citado numa nota do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, destacou que a iniciativa reforça a ligação entre as comunidades e a conservação da fauna bravia.
Acrescentou ainda que os ganhos obtidos são fruto da gestão sustentável do ecossistema e do crescente interesse turístico pela região.
Paralelamente à entrega dos fundos, foram inauguradas novas infraestruturas destinadas a melhorar as condições de trabalho e de vigilância no parque. Entre as obras destacam-se um bloco de dormitórios para fiscais, salas de operações, sistemas de abastecimento de água, bebedouros para o gado, entre outras intervenções que visam dinamizar a gestão da área protegida.
Outro destaque entre os investimentos recentes é a aquisição de uma avioneta, avaliada em pouco mais de 49,5 milhões de meticais.
A aeronave servirá de apoio às acções de patrulhamento e monitoria da fauna, facilitando a deteção de actividades ilegais e reforçando o combate aos crimes ambientais, especialmente à caça furtiva.
Com uma extensão de 7.256 quilómetros quadrados, o Parque Nacional de Banhine conta atualmente com 112 funcionários, dos quais 71 actuam na fiscalização. Estes desempenham um papel fundamental na linha da frente da proteção ambiental, muitas vezes em contextos desafiantes e em constante luta contra infrações relacionadas com o uso indevido dos recursos naturais.
No âmbito do plano de restauração ecológica, está prevista, ainda este ano, a reintrodução de cerca de 200 animais de diferentes espécies que anteriormente habitavam a região. A iniciativa visa restabelecer o equilíbrio natural dos ecossistemas do parque.
A aposta em infraestruturas, tecnologia e no envolvimento comunitário pretende transformar o Parque Nacional de Banhine num modelo de gestão sustentável da vida selvagem em Moçambique, promovendo simultaneamente a conservação ambiental e o desenvolvimento local.
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