Tempo
Depois de sair do território nacional, onde deixou um rasto de destruição nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, o “CHIDO”, que desde a madrugada tinha como epicentro o Malawi, deverá voltar a entrar em Moçambique, desta feita com magnitude enfraquecida para Tempestade Tropical Moderada, indicam informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
De acordo com a instituição, até ao final desta tarde prevê-se que o CHIDO atinja a província de Tete, tendo como pontos de entrada os distritos de Doa e Moatize, com ventos de 70 quilómetros por hora e rajadas de até 100 quilómetros por hora.
Para as próximas horas, o INAM prevê que “esse sistema, com ventos que sopram com rajada até cerca de 90 a 100 km por hora, atravesse toda a província de Tete, dando chuva abundante a alguns distritos daquela província, parte do ocidente da Zambézia, Manica e alguns distritos como Caia”, explicou o meteorologista Júlio Langa, técnico do INAM.
Balanço
Mais de 17 mil famílias residentes nos distritos de Nacala-Porto e Mogincual, na província de Nampula, necessitam de ajuda humanitária urgente, como consequência dos efeitos da passagem do CHIDO.
Segundo Aly Omar, chefe do departamento de planificação do Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD) em Nampula, dreste número, 14 mil são residentes do distrito de Memba e três mil, de Mogincual.
Informações das primeiras horas do dia indicam que em Nampula, para além de danos em infraestruturas habitacionais, escolas e centros de saúde, uma pessoa foi dada como desaparecida, não tendo havido qualquer óbito registado.
Através de um comunicado de imprensa emitido nesta tarde, a Electricidade de Moçambique (EDM) reportou a reposição parcial da rede eléctrica em alguns distritos, tendo baixado de 200 mil para 110 mil pessoas que ainda estavam sem acesso à rede eléctrica, na sequência dos efeitos do ciclone.
Alerta nas principais bacias do Norte
As principais bacias hidrográficas da região, principalmente ao nível das províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, poderão registar uma subida dos caudais, obrigando ao aumento de escoamento, em consequência da chuva provocada pela passagem do ciclone tropical Chido.
De acordo com o boletim hidrológico da Administração Regional de Águas do Norte, (ARA-Norte), emitido neste domingo, as albufeiras de Nacala e Mugica, na província de Nampula, por exemplo, já estão com níveis de enchimento de 87,2 e 65,8 %, respectivamente.
Por outro lado, a albufeira da barragem de Chipembe, na província de Cabo Delgado, tem um enchimento na ordem de 50,6 por cento, enquanto Locumue e Mitucue, ambas na província de Niassa, estavam, até ao início desta segunda-feira, com 40 e 35,6 por cento respectivamente.
Caso as previsões se confirmem, parte das culturas já semeadas, nesta que é a primeira época da campanha agrícola 2024/25, poderão ser severamente afectadas.
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