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Mercado

Algodão: novo preço mínimo fica abaixo das expectativas

O Fórum Nacional dos Produtores de Algodão (FONPA) e a Associação Algodoeira de Moçambique (AAM) aprovaram hoje (30), por consenso, os novos preços mínimos de referência para a comercialização do algodão caroço na campanha agrícola 2024/2025.

A nova tabela fixa o preço em 22 meticais por quilograma para o algodão de primeira qualidade e 15,5 meticais para a segunda qualidade, com uma taxa de descaroçamento estabelecida em 6,5 meticais.

Os novos valores representam uma redução de 8 meticais para o algodão de primeira qualidade e 7,5 meticais para a segunda, em comparação com a campanha anterior.

“O preço não nos satisfaz, mas há que aceitar. Seguindo a fórmula normal de cálculo, o preço seria 21,6 meticais, mas houve um esforço até os níveis que se chegou”, declarou Bnisson Simoco, Presidente da FONPA.

Já Francisco Ferreira dos Santos, Presidente da AAM, reconheceu que os valores ficaram aquém, mas justificou:

“Foi o possível, dada a conjuntura internacional do mercado do algodão”.

Equação sem subsídios

Pela primeira vez em anos recentes, o preço do algodão não contará com subsídios governamentais.

Segundo o Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Miro Albino, o Orçamento do Estado não permite apoios directos para a equação do preço final nesta campanha.

“O importante é que houve um acordo possível, sem mortos nem feridos”, afirmou o ministro, destacando o consenso alcançado entre os principais intervenientes do sector.

Contexto adverso

Além do corte no preço e dos subsídios, a presente campanha é marcada por fortes perdas de produção devido ao impacto do ciclone, com estimativas a indicarem uma quebra significativa — de 25 mil para apenas 21 mil toneladas.

Com os preços em queda e os riscos climáticos em alta, os produtores querem agora apostar na diversificação das culturas, apostando em alimentos como milho, feijão, gergelim ou mandioca, para garantir a segurança alimentar e estabilizar as fontes de rendimento.

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