Agricultura lidera índices de mão de obra infantil ao nível mundial

Mais de 160 milhões de crianças estão envolvidas no trabalho infantil em todo o mundo, o que coloca ainda distante o cumprimento de acabar com esta situação, até 2025.

Os dados constam do recente relatório conjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que refere que das “160 milhões de crianças em todo o mundo ainda estão envolvidas no trabalho infantil” cerca de 70% estão no sector agrícola.

“Entre 2016 e 2020, mais quatro milhões de meninas e meninos estiveram envolvidos em trabalho infantil na agricultura” refere uma nota da FAO – Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, divulgada nesta segunda-feira (12), por ocasião do Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.

De acordo com a meta 8.7 dos Objectivos de Desenvolvimento do Milênio (ODS), até 2025 o mundo deve acabar com o trabalho infantil, o que pelos actuais números esta será uma de várias metas com provável falhanço.

Para reverter o actual, a FAO defende a adopção de “abordagem multifacetada e integrada” por forma a acelerar o cumprimento dos objectivos traçados nos ODS.

“A FAO e as partes interessadas na agricultura têm uma responsabilidade crítica, ao lado de organizações parceiras, para trabalhar para resolver o problema” disse Máximo Torero, Economista Chefe da FAO.

Através do projecto CLEAR Cotton (limpeza do algodão em tradução livre), a FAO, em parceria com a União Europeia (UE) e a OIT diz ter abordado “com sucesso o trabalho infantil nas cadeias de valor do algodão em Burkina Faso, Mali e Paquistão”, tendo contribuído para “a melhoria dos meios de subsistência das famílias, o empoderamento econômico das mulheres e uma maior conscientização sobre habilidades agrícolas seguras e apropriadas à idade”.

Para já, a organização anunciou um pacote de 10 milhões de euros para acabar com o trabalho infantil nas cadeias de abastecimento e as causas profundas do trabalho infantil nas cadeias de valor do café no Uganda, Honduras e Vietname.

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