Moçambique classifica de positivos os resultados alcançados na COP 28 a avaliar pelos avanços e consensos alcançados para os principais temas que estavam em cima da mesa.
Em entrevista à Revista Terra, a directora para as Mudanças Climáticas do Ministério da Terra e Ambiente, Jadwiga Massinga, considera que depois dos sinais dados na conferência, a expectativa agora é ver as promessas transformadas em acções concretas.
“Houve muitas declarações e promessas que deram à conferência um sentido histórico, contudo, vamos ver na prática o que vai doravante acontecer” disse, dando voz ao que é a preocupação geral, pelo menos ao nível dos países em desenvolvimento.
“O principal diferencial desta COP será a transformação de todas as promessas em acções práticas, porque se não for assim, por exemplo, no que diz respeito a questões de financiamento, será igual às outras COP” frisou.
No que diz respeito ao acordo sobre os combustíveis fósseis, Massinga destaca a importância do reconhecimento da necessidade de uma transição justa, uma das narrativas que Moçambique, a par de outros países do chamado Sul global vinha defendendo e espera que os países que ainda estão no início da fase de exploração destes recursos, não sejam penalizados.
“Estamos comprometidos com a luta para travar os desafios ambientais, mas, também estamos ainda com desafios de desenvolvimento e não podemos ombrear com os países desenvolvidos. Com isso quero dizer que é preciso que haja equilíbrio na transição e não haja rigidez, é preciso permitir que também nos seja permitido usufruir destes recursos “, disse, em alusão ao gás natural, em particular na bacia do Rovuma, cuja exploração ainda está na fase inicial.
Sobre a participação de Moçambique, Jadwiga Massinga considera ter sido extremamente positiva e destaca os resultados alcançados, quer na advocacia das potencialidades nacionais na área ambiental, quer também no que diz respeito aos acordos bilaterais que conseguiu fechar.
Dos resultados concretos alcançados destacou alguns acordos de financiamento e memorandos de entendimentos, tais como por exemplo, os 33 milhões de dólares anunciados pelo Fundo Global do Ambiente (GEF), 15 milhões da União Europeia para adaptação climática, entre outros.
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