Energia

Moçambique anunciou nesta quarta-feira a aposta na massificação de iniciativas de “cozinha limpa” como parte das acções para a transição energética.
A visão, que consiste em garantir fogões melhorados, acesso ao gás de cozinha (GPL) e alternativas modernas que reduzem o uso de lenha e carvão, foi apresentada na capital etíope, durante a II Cimeira Africana do Clima.
“A falta de acesso à cozinha limpa custa a Moçambique cerca de 17 mil milhões de dólares todos os anos”, afirmou a Directora Nacional de Energia, Marcelina Mataveia, ao intervir num evento de alto nível.
Segundo disse, o impacto reflecte-se em custos de saúde, perdas económicas e degradação ambiental.
Actualmente, segundo dados oficiais, quase 80% dos lares dependem de lenha e carvão, o que expõe mulheres e crianças a fumos tóxicos diariamente.
Por outro lado, segundo avançou aquela dirigente, só o tempo gasto por mulheres na recolha de lenha representa uma perda estimada em 7,3 mil milhões de dólares anuais em produtividade.
“Queremos transformar esta realidade, criando oportunidades de emprego feminino em toda a cadeia de valor da energia limpa”, destacou Mataveia.
Entre as medidas em curso estão a definição de padrões de qualidade para fogões melhorados e a implementação de um Plano Nacional de Massificação do GPL, que inclui a instalação de uma fábrica capaz de produzir 30 mil toneladas anuais, suficiente para cobrir até 70% da procura interna.
Para viabilizar o investimento, o Governo pretende mobilizar financiamento inovador, incluindo obrigações verdes e sociais.
“Não estamos a pedir apoio. Estamos a convidar para juntos estabelecermos projectos bancáveis e escaláveis que tornem Moçambique um destino atractivo para investimento”, concluiu a directora.
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