Sociedade
A região austral de África continua sob efeito de uma das secas mais dramática das últimas décadas, que está a colocar em risco o acesso à alimentação de 26 milhões de pessoas, alertou esta semana o Programa Mundial de Alimentação (PMA), que apelou a um financiamento urgente.
Segundo a organização, a crise, agravada pelo fenómeno climático El Niño que assolou a região, incluindo Moçambique, na última campanha, deverá agravar-se até, pelo menos, às próximas colheitas, que terão lugar no final do primeiro trimestre de 2025.
“Actualmente, temos cerca de 26 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda na região e isto deve-se à seca induzida pelo El Niño”, afirmou Eric Perdison, director regional do PMA para a África Austral.
De acordo com a fonte, Moçambique, Angola, Lesotho, Malawi, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe, são os países mais afectados.
Para acudir à situação, aquela organização das Nações Unidas estimou em 300 milhões de dólares adicionais, o valor necessário para evitar que “o acesso a alimentos suficientes, nutritivos e a preços acessíveis se agrave ainda mais, pondo em risco a fome generalizada”.
“Se viajarmos pelo país, veremos quase todos os campos vazios. A situação é realmente terrível”, disse a diretora nacional do PMA em Moçambique, Antonella D’Aprile, citada pela VOA.
“As comunidades têm muito pouco ou quase nada para comer”, disse, acrescentando que “milhares de famílias estão literalmente a sobreviver com apenas uma refeição” por dia. A ajuda “não pode esperar”, advertiu D’Aprile. “O momento de apoiar é realmente agora”.
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