Meio Ambiente
O Embaixador da França em Moçambique, Yann Pradeau, enaltece o impacto dos projectos desenvolvidos pela Associação Moçambicana de Reciclagem (AMOR) em prol do desenvolvimento de uma consciência ambiental nas comunidades e na promoção de uma economia circular.
Falando, recentemente, após uma visita à comunidade da Ponta Malongane, uma Área de Protecção Ambiental (APA) localizada no distrito de Matutuine, na província de Maputo, que beneficiou do projecto Pescador-Catador, que permitiu a recolha de 23 toneladas de resíduos poluentes, o diplomata fez uma breve avaliação dos resultados alcançados desde o início das actividades.
“Podemos nos alegrar com os resultados tangíveis já alcançados desde o início das actividades em Novembro passado. Quase 100 toneladas de resíduos sólidos colectados nas zonas costeiras da Área de Protecção Ambiental (APA) de Maputo e oito comunidades beneficiárias das acções de sensibilização de pesca e gestão dos resíduos sólidos”, disse o Embaixador francês, Yann Pradeau.
O Projecto Pescador-Catador, financiado pelo Governo francês através do fundo PISCCA, que apoia Projectos Inovadores da Sociedade Civil e Coligação de Actores, está a ser implementado desde finais do ano passado, devendo, a primeira fase, terminar em Abril de 2025.
Comunidade satisfeita
Com vista a estimular os residentes da Ponta Malongane, uma comunidade maioritariamente dependente da pesca, a AMOR promovem, no mês passado, uma acção que consistiu na recolha de materiais como o vidro, plásticos e resíduos marinhos que contribuem para a poluição ambiental, que foram adquiridos ao preço do mercado, no âmbito do estímulo ao esforço dos moradores.
Quem participou da campanha, mostrou-se satisfeito pelos rendimentos obtidos.
“Esta iniciativa me ajudou porque permitiu que tivesse algum rendimento que me vai ajudar a comprar comida ou alguns sacos de cimento para a minha obra em casa”, explicou uma das residentes que esteve envolvida na colecta de material vendido à associação de reciclagem.
Por seu turno, Elísio Francisco, outro residente da Ponta Malongane, considera que, para além dos rendimentos que o projecto que permitiu ter, “foi benéfico porque deixará a zona mais limpa, saudável e mais ambientalmente atractiva”.
Preservação florestal
De acordo com as autoridades locais, um dos principais problemas que mais preocupa é o desmatamento, para o uso do material lenhoso na confecção de alimentos.
Para responder a este desafio, o projecto “Pescador-Catador” levou para a comunidade da Ponta Malongane, uma acção de capacitação para a produção de carvão ecológico produzido na base de papel usado e reaproveitado, que está a ser bem recebido por quem ali vive e que já experimentou.
A par do chamado carvão ecológico, as comunidades aprenderam ainda a produzir o bio-carvão, uma espécie de “Usamos o papel para fazer briquetes de carvão. São iniciativas que visam reduzir o abate de árvores”, explicou Mónica Mabuie, coordenadora do projecto, ao nível da AMOR.
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