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Sociedade

Há alerta sobre o impacto ambiental de funerais e cremações na saúde pública

As mudanças climáticas tendem a elevar a preocupação da comunidade científica sobre o impacto da decomposição dos corpos na poluição ambiental

Um estudo recente sobre a “Aplicação das Geociências Forenses, Gestão Ambiental e Riscos da Saúde Pública”, alerta sobre a poluição ambiental causado por cemitérios e cremações e sugere a realização de avaliação aprofundada para ter a dimensão do problema ao nível do país.

De autoria do geocientista moçambicano Gil Aníbal, o estudo salienta que “a poluição ambiental causada por cemitérios e cremações é uma questão complexa que requer atenção e gestão adequada para proteger o meio ambiente e a saúde das comunidades circunvizinhas”.

De acordo com o autor, as mudanças climáticas tendem a elevar a preocupação da comunidade científica sobre o impacto da decomposição dos corpos na poluição ambiental, pela “quantidade elevada de diferentes tipos de bactérias e vírus causadores de doenças, que podem ser veiculadas pela água”.

“Há necessidade de realizar um estudo sobre os cemitérios moçambicanos, face às mudanças climáticas que provocam inundações e com alto risco de contaminação dos aquíferos, e perigar a saúde público das comunidades que consomem água dos poços ou dos pequenos sistemas de abastecimento de água nos bairros arredores dos cemitérios, nas regiões do Grande Maputo, e outras no país” defende.

Segundo a constatação da equipa que fez o estudo, “em cemitérios onde o lençol freático é pouco profundo, as chances de contaminação das águas subterrâneas são grandes”.

No município de Maputo, por exemplo, centenas de famílias vivem, há vários anos, próximo ao cemitério de Lhanguene, o maior do país. Algumas destas residem mesmo no interior da área do cemitério, expondo-se a um risco que para Aníbal, deve ser considerado.

“O aumento da contaminação no solo e recursos hídricos próximos aos cemitérios, é essencial considerá-los como um problema relacionado à contaminação ambiental e à propagação de doenças” salientou, defendendo por isso, a necessidade de um “controle sanitário dessas áreas para minimizar os riscos à saúde pública”.

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