Search
Close this search box.
Governo desaconselha venda de excedentes devido a ameaça de fome em Mocímboa

O distrito de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, poderá enfrentar em breve, situações de bolsas de fome, devido a a fraca produção prevista para a campanha em curso.

O distrito, que foi palco, no ano passado, do lançamento oficial da campanha agrícola 2022-2023, previa produzir um total de 51. 659 toneladas de culturas diversas, contudo, a queda irregular da chuva afectou o desenvolvimento vegetativo das sementes lançadas à terra, o que está agora a gerar situações de alerta.

Perante a situação, as autoridades têm estado a desincentivar as comunidades a vender os seus excedentes, por forma a manterem o máximo de reservas possíveis, para enfrentar a fome.

“A comercialização agrícola tem algum excedente mas nós proibimos que fosse vendida porque o nível de segurança alimentar é diminuto porque nós tivemos uma estiagem depois da sementeira, uma semana depois a chuva parou e depois o sol queimou com muita força o que está a suportar o distrito é a mandioca, acredito que neste ano vamos ter problemas na segurança alimentar”, explicou Sérgio Cipriano, administrador de Mocímboa da Praia.

Enquanto isso, as autoridades do distrito dizem estar em contactos com a multinacional Total, operadora do projecto de gás natural da Área 1, da Bacia do Rovuma, para conseguir apoios, de modo a avançar com abertura de “machambas em bloco” para impulsionar a produção de mandioca, conhecida como cultura de bandeira do distrito.

Recorde-se que a sede do distrito da Mocímboa da Praia foi palco, em 2017, da mais sangrenta ofensiva terrorista no país, o que obrigou a dispersão de muita população do distrito e a suspensão das actividades da multinacional Total.

Compartilhar