Clima
O Banco Mundial alerta sobre o impacto que o efeito das mudanças climáticas tem para as mulheres comparativamente aos homens em várias perspectivas.
No Relatório sobre a Avaliação do Género em Moçambique, que será lançado nesta quinta-feira, em Maputo, a organização salienta, na secção sobre a Resiliência e Inclusão que os “impactos das alterações climáticas e desastres naturais não são neutros em termos de género” e que, mesmo vivendo no mesmo agregado familiar, “homens e mulheres, rapazes e raparigas são afectados de forma diferente pelas mudanças climáticas e desastres.
A organização aponta a prevalência de “barreiras no acesso aos recursos e barreiras estruturais, bem como as normas sociais e desigualdades de género” como sendo “as principais causas de impactos diferenciais desde o ponto de vista de género dos conflitos, mudanças climáticas e catástrofes naturais”.
Na agricultura, por exemplo, o relatório indica que “as mulheres têm menos probabilidades” de acesso a “recursos ou conhecimentos necessários para adoptar Práticas Climáticas Agrícolas Inteligentes (PCAI)” comparativamente aos homens, apesar de terem (as mulheres) mais capacidade para assim proceder quando têm acesso aos recursos.
“Assegurar que tanto os homens como as mulheres agricultoras tenham acesso a tais recursos não só aumenta a resiliência das mulheres e a sua contribuição para a mitigação e adaptação às alterações climáticas, como também ajuda a reduzir as disparidades de género na agricultura” aponta o estudo.
De acordo com o documento, que cita estudos sobre os impactos dos eventos climáticos extremos na pobreza e insegurança alimentar em Moçambique, factores como ciclones, cheias ou seca podem provocar uma queda de até 25-30 % do consumo alimentar per – capita e salienta que as famílias chefiadas por mulheres são particularmente afectadas e têm mais probabilidades de experimentar a pobreza e a insegurança alimentar”
Por outro lado, a fonte aborda o impacto das mudanças climáticas nas migrações e revela que “têm vindo a provocar aumentos da migração masculina das regiões mais duramente atingidas pelas cheias e pela seca”, mas aponta para um novo fenómeno que está a provocar na província de Inhambane.
“Na província de Inhambane, onde a migração sazonal masculina tem sido uma estratégia tradicional das famílias agrícolas, muitos homens não regressaram durante a seca de 2015-16 surgindo uma nova tendência de migração feminina, que deixa muitas crianças aos cuidados dos avós” refere o relatório.
Leia mais desenvolvimentos sobre o estudo, na Edição Digital, que sai dentro de uma semana.
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